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Quando ainda estava na faculdade de engenharia, Jorge foi perguntado por Sr. Lindolpho, pai de um amigo, sobre o que queria para o futuro. Ao responder que queria ser engenheiro, ouviu que ser engenheiro é pouco. Então respondeu que queria ter uma empresa. Sr. Lindolpho então lhe deu 7 conselhos que, anotados e passados a limpo, servem para Jorge até hoje e continuam tendo aderência com as melhores práticas de gestão empresarial:

1. Saiba em que terreno você está pisando. Definir limites, porque se não limitarmos nosso raio de ação, não fazemos nada. E nunca perder de vista aonde seu sonho vai lhe levar.

2. Defina desde o primeiro momento quem é que dá as cartas. Definir qual é o recurso certo na hora certa. Não se trata de poder, mas de quem tem competência para fazer o que precisa para funcionar.

3. Como é que a banda vai tocar na sua empresa. Metas, prazos, tempos, determine o ritmo de como quer que a coisa funcione.

4. Luzes, câmera... É hora de montar os bastidores, preparar a estrutura para a equipe dar o show, montar um sistema de comunicação. O mercado precisa saber de suas ofertas e sua equipe precisa saber das políticas de sua organização.

5. Ação! É hora de agir, operação, rotina, o dia a dia, o processo acontecendo como foi planejado. E o contrato sempre na mão.

6. Conte seu dinheiro. Por melhor que seja seu contador, sempre conte o seu dinheiro no final do dia. Dinheiro não é só remuneração, é também um indicador de desempenho que determina se sua empresa está indo bem ou não.

7. Levante, sacuda a poeira, dê a volta por cima. Se algo não sair como o planejado, volte para o início para saber em que terreno está pisando.

Passaram-se os anos, Jorge se formou em engenharia. Alguns anos mais tarde, começou a prestar serviços para as multinacionais de distribuição de petróleo no Brasil. Lá aprendeu que as mesmas normas técnicas usadas na engenharia existem também na administração. Empresas assim recorrem a entidades como a ISO, que compila as melhores práticas de gestão a partir de práticas que efetivamente dão resultados em empresas de todo o mundo. O que de fato é importante não são as práticas que deram certo, mas os princípios por trás dessas práticas. São esses princípios que, aplicados em outras empresas, também farão a coisa funcionar. O que a ISO faz para consolidar as normas de uma gestão classe mundial é: identificar as boas práticas, extrair delas os princípios e transformar esses princípios em exigências para certificação.

Assim como os conselhos do velho Lindolpho, os Princípios da Gestão da Qualidade, definidos pela ISO, também são 7:

1. Foco no cliente. Carregue o seu cliente no colo, senão a fila anda e outro carrega.

2. Liderança. O exercício da liderança permite que riquezas sejam geradas para todos.

3. Engajamento de pessoas. Entrar no processo de igual para igual com a atitude adequada para que os processos dêem certo.

4. Abordagem de processos. Controla-se processos, engaja-se e motiva-se pessoas. Pessoas não estão no mundo empresarial para serem objetos de controle.

5. Melhoria. Colocar a competência em prol de fazer sempre cada vez melhor.

6. Decisão baseada em evidências. Os computadores estão repletos de dados e você está tomando suas decisões baseadas em "eu acho", "eu penso", "eu sinto"? Elas têm que ser baseadas em "eu sei"!

7. Gestão do relacionamento. Saber lidar com todos em torno dos quais a organização está orbitando.

Esses princípios devem ser transformados em algo que seja possível ver funcionando dentro da organização. Se você já tem uma empresa, você já tem um sistema de gestão, ainda que informalmente. Tenha a documentação que você precisa - e entenda como um documento a informação juntamente com o meio que a contém - e leve em consideração a competência das pessoas que você contrata. Isso não é complicado, você já o faz, só precisa agora de um roteiro para fazer de forma padronizada.

Todos os setores se beneficiam de ter um Sistema de Gestão Padronizado. As vendas, os lucros e a produtividade aumentam, os custos caem e a reputação melhora. Além de conquistar novos mercados, reter clientes melhorando produtos, explorar novas oportunidades, focar os processos nos resultados e atender a Leis e regulamentação.

A certificação é voluntária, não é uma obrigação. É um testemunho de que sua organização cumpre o prometido. O papel do auditor é verificar se os 7 princípios estão funcionando, se o processo está sob controle e as pessoa engajadas no processo.